sábado, 21 de março de 2009

Sobre o mais íntimo de mim

Por Juliana Portella

Hoje acordei com sede de cultura. De informação. Mas toda essa avidez por conhecimento se transformou em solidão. Me sinto um peixe fora d'água aqui nesse lugar. As pessoas não me compreendem. Eu necessito crescer. Mas, parece que o mundo não cresce comigo. As amizades estão esfriando. Será que a emoção ficou pra trás? Os meus livros antigos que ocupam a minha estante nem me servem mais. As roupas que eu usava, não cabem mais em mim. Os princípios moralistas viraram pó. Quero dar um passo à frente e virar à esquerda. Vou fazer meu jogo. Novos ares. Novos amores. Ahhh, o amor. Eu amo o Simples. Acho que o amor é simples. Mas as pessoas insistem em confundir simplicidade com banalidade. Eu gosto dele. Eu gosto dela. Amo a diversidade. As vezes acho que nasci no lugar errado, tenho a família errada e amigos que daqui a alguns meses não estarão mais aqui. Tá, eu sei que minha família até me ama, mas não sei se sou a melhor companhia para meus amigos. Não é só insegurança, é que, as pessoas olham mas não vêem. Tocam mas não sentem. Falta subjetividade. Saber que o tempo tá passando e eu não vivi um terço do que eu quero viver me deixa inquieta. Tenho medo de não passar no vestibular. Tenho medo da solidão. Mas, ao mesmo tempo que isso acontece sinto que preciso andar com minhas próprias pernas. Preciso. "Descansar o pulmão se outro quiser dividir..mas nunca forçar o pulmão de ninguém" me sinto aliviada em saber que tô me tornando forte, aos poucos... Porque eu não gosto do Big Brother Brasil e acho um puta de um desperdício um cara inteligente como o Pedro Bial o apresentar? Porque tudo que eu sinto trascede o óbvio? Meu Deus, o que está acontecendo comigo?

- É, acho que estou crescendo.

' E eu ainda quero mais...muito mais!

2 comentários:

Unknown disse...

Estar eternamente em mudança é um privilégio. Muita gente quer mudar o mundo mas não sabe por onde começar, você começou por si mesma. Por onde mais poderia?

Parabéns pelo blog e nunca ache um lugar confortável enquanto houver gente dormindo no chão! bjos!

[Dé] disse...

De todos os males
o meu difere;
Ele me alegra, eu me
regozijo nele;
Meu infortúnio é o que almejo
E minha dor, meu alimento!
Não há, portanto,
de que me queixar,
Pois que meu infortúnio
vem de minha vontade;
É meu querer que se torna
meu infortúnio,
Mas encontro
tanta satisfação em assim
querendo
Que sofro agradavelmente,
E tanta alegria em minha dor,
Que estou doente
de delícias.

Chrétien de Troyes